No mundo do varejo, o caminho para eficiência deveria ser a implementação de processos e tomada de decisão com base em indicadores relevantes para o negócio.

Não devemos ignorar nossa intuição, mas também não podemos basear nossas decisões sistematicamente nela!

Dinamismo do varejo é muleta para improvisação

Marcos Samaha, diretor executivo do GPA, afirma que a agilidade do setor é utilizada por muitas empresas como desculpa para não aprimorar processos e decidir com base na intuição

 O varejo brasileiro, de uma forma geral, já consegue oferecer um bom atendimento e contar com lojas bonitas. O maior problema ainda está na gestão. Foi esse o recado de Eduardo Terra, sócio-diretor da BTR Educação e Consultoria. Ele abriu o ciclo de palestras e de debates sobre Gestão, Produtividade e Eficiência, no Fórum Beauty Fair do Varejo de Beleza, ocorrido na sexta-feira (9/9), na cidade de São Paulo. Mas, ao contrário do que se imagina, o debate sobre eficiência não se restringe apenas aos grandes varejistas. “O problema existe independentemente do tamanho da loja”. Desta vez, o puxão de orelha foi de Marcos Samaha, diretor executivo de Multivarejo do GPA (Grupo Pão de Açúcar), que também participou do evento.

“Historicamente, o varejo se embasa pouco em ciência e em processos. As decisões se dão à base do feelling, da intuição, da iniciativa. Já ouvi muito as pessoas falarem que o varejo é dinâmico. Isso para mim é a maior das muletas que já inventaram. Serve como desculpa para improvisação. É desculpa para falta de disciplina e falta de processo científico na medição da execução em nosso dia a dia”, argumenta Samaha.

Para o executivo do GPA, o caminho é investir em processos e em uma cultura de eficiência. A ideia é elevar a mentalidade dos gestores a um nível diferente a fim de diagnosticar problemas com maior clareza. “É preciso ter metodologia para encarar cada um dos problemas. O mais indicado é fatiá-lo e atacar cada uma das partes com estratégia e foco específicos. O varejo brasileiro, o cliente e a economia têm muito a ganhar com o olhar mais científico no negócio do que ao se basear no feelling ou na intuição”, completa Samaha.

As ferramentas de gestão são as indicações do executivo. Ele afirma que sua a vida mudou após o primeiro curso de Six Sigma (ferramenta voltada ao aprimoramento de processos). “O procedimento cientifico não só ajudou na tomada de decisões em grandes projetos como mudou a minha forma de tratar cada pequeno problema no dia a dia. Passei a realizar um diagnóstico muito mais profundo e a ter planos de ação bem mais factíveis”, afirma.

O diretor do GPA acredita que, no cenário atual do País, a produtividade é um diferencial competitivo para o varejo. “Todos sabem o quanto a crise nos afeta, o quanto ela aperta nossos resultados, dificulta nossas margens, aumenta a pressão de fazer mais com menos. Precisamos obter melhores resultados utilizando recursos de forma mais econômica, sejam tecnológicos, financeiros ou humanos”, conclui Samaha.

Fonte: http://www.sm.com.br/detalhe/gestao/dinamismo-do-varejo-e-muleta-para-improvisacao

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Sobre o Autor

Alexandre Gasparini
Alexandre Gasparini

Consultor especialista em Varejo, formado em Administração de Empresas e Pós Graduado pelo IBMEC em Gestão de Negócios, possui experiência profissional de quase 20 anos no mercado varejista em empresas de alta performance no segmento. Grande expertise em gestão de negócios (Pricing, controladoria, gestão, supply chain, produtos) e sólidos conhecimentos na estruturação de equipes, processos e controles gerenciais.

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